O poema que eu ia declamar pra você


Tenho coisas que ainda queria contar
Sobre o tempo do segundos e sobre o peso do ar
Você brisa na luz, até me ofusco pra te ver
Faz da minha mente furacão, coração chega a bater
Nós ouvimos as batidas dos dois peitos que propaga,
o signo do sentimento, das ideias de quebrada
Eu nem queria falar sobre o peso das palavras
A poesia que eu senti
Em cada ideia trocada
Foi tudo rápido e intenso
Sabíamos desde o começo
A colisão das nossas almas,
Nos virou além do avesso
Eu quis te escrever uma canção que trovoa
Mas a ânsia de crescer não me deixou sair na garoa
To reaprendendo a respirar, sentir o chão que piso,
segurar os meus impulsos,  buscar os meus sorrisos.
Sinto a cidade como a veia que pulsa,
tanta gente, tantas vozes, num  organismo de repulsa

Me mostrou por poesia
Os louvores ao viver,
as vezes me incomodava a distância dos porquês
A beleza da certeza esta na intenção
Mas confesso confundi
Ascensão com obrigação
Atenção com guarnição
Lógica com coração
Gostaria de te cuidar
Sem ocupar seu espaço
Nem é ideia de acadêmico
É a energia dos abraços
Queria assistir seus passos e nunca quis te atrapalhar
Os quereres são tantos que o Caetano ia me processar
No fim não acabei seu poema a tempo
Olha só nossas idades
não foi coisa de momento
As Áfricas resistem
Nosso povo é de outras eras
Você mesma já me disse sobre nosso amor nas celas
Eu não jogo com cabeças, não é do meu feitio
Se somos todos moradas
Meu cômodo não tá vazio
Tá cheio de coisas suas
e eu nem to falando das roupas
Cada memória
Cada historia
Cada fita que foi poucas

Que nossos caminhos voem
Que a gente se encontre nos dias que sobram
Que o mundo não seja o bastante
Que nossas mãos não sangrem
Que as feridas cicatrizem

As vezes oro por poesia
Minha prece é pra que me enxergue
Em algum lugar dessas linhas

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