Em Torpe SER


To cansado de contar tristezas
To farto de procurar sentido
Não aguento mais escrever poesia

Mas Ela me ocupa,

A poesia
revindica

O direito: Me possuir.

Estive

Em
Torpe
Sido

Meu estômago ainda reclama,
são as borboletas, passo elas pra ponta dos dedos

Até que virem palavras,
Deve ser o meu jeito de dedetização

No fundo
 sou um velho ranzinza
que reclama da dor
até ela passar.

Vinte e Sete

Busco 27 vezes
o fim das lagrimas
no rosto
mas quem chora
é meu peito.

Busco a paz e o silêncio
27 vezes
mas minha cabeça
é só barulho.


Mais de 27 coisas pra arrumar
Mais de 27 motivos pra insensatez
Mais 27 dias
que eu joguei no lixo.

Mais 27
Menos 27

Qualquer dia 27
eu sorrio de novo.

Me falta muito.


Só pra ser pequeno
Só pra não dizer coisas inapropriadas
Só pra não ter medo do futuro
Só pra cumprir minhas promessas
Só pra descontrair
Só pra te levar no meu voo
Só pra não ver outro machucado
Só pra manter a cabeça em pé.
Só pra respirar.

Sopra, sou só cinzas.

Memórias de um dia 10 de junho

O dia foi perfeito a tarde,
Senti seu cheiro a noite
Cantei algo para pais legais
mais tarde comi um lanche
no caminho até achei alguns trocados
em casa achei um poema.

Tudo flutuava...
todo espaço que sobrava
eram suspiros

Hoje
resolvi fazer uma faxina nas ideias.
Vi um recado colado na geladeira da minha consciência.

Havia um verso:

"olhei dentro de mim
fui procurar você,
mas naquele dia,
só achei amor."

Sorri ingenuidades cortantes.
Idiota que sou,
continuo expondo meus
pedaços
inventados

Auto Retrato

Eu vou e prometo me cuidar
Abrirei as portas do meu lar

E eu encontrarei as cores
De dentro do meu viver
E o destino sem senhores já não vai me entreter
Entretanto o mundo é tanto e eu não vou sobreviver

E o estrago
É o que eu trago
Pra dentro do pulmão

Eu não trato o abstrato
Como rumo ou direção

Eu vou afinar meu traço
Reticente exclamação!

Pintarei um auto retrato
Do amor próprio sem tuas mãos

Abrirei as portas do meu lar
Eu vou e prometo me cuidar

E ao lembrar de você,
vou voltar a escrever
sobre tudo o que você me encheu
dos salgados de queijo
e dos últimos beijos
Aqueles que atrasam o adeus.

Poema de uma manhã quente.

Domar essas mãos que querem passear sozinhas
Calar o silêncio desse quarto
O sangue pulsa e faz meu corpo remexer
Afasto meu anseio com as mãos

Eu queria estar sozinho,
mas a memória insiste em me provocar
ela fala baixinho, com voz rouca, no pé do meu ouvido...
assim como meu ouvido tem pés,
meus olhos tem braços
te agarram tantas vezes,
se a sociedade soubesse
meus olhos seriam condenados por perversão.

Quem sabe eu bata asas em direção ao sol...
Da ultima vez que tentaram se queimaram
Do jeito que andam meus desejos
Talvez o sol tenha queimaduras.

Tudo bem?

Se estou bem?
To de saco cheio de responder,
Que mania besta de ter que estar sempre bem!
Não me entenda mal,
eu gosto de estar bem,
não estou
há dias

Da próxima,
não me pergunte se eu estou bem,
Traga algo pra fumar e beber,
Na melhor das hipoteses comemoramos,
se não, pelo menos nos distraímos...

Tinha

Eu tinha um bilhão de coisas pra te contar, hoje o receio atropela as palavras, o silêncio virou meu idioma...
Palavras intrusas invadem minha boca e disparam absurdos.
Meus olhos devem tagarelar sem parar, sempre que te encontram

O que me fode é não conseguir calar tudo que fala em mim, com excessão da boca, que eu mal consigo manter fechada.

No fim eu ainda te conto coisas, por mais que eu não queira.

Viagens intra-labiais

Beijos em lá menor
Me confortam do medo
Me removem o anseio
Trazem um pouco de lilás ao meu vermelho.
Beijos melodiosos são como aqueles versos que grudam.
Tereza teve curiosidade de beijos diferentes...
Maria nunca me beijou desse jeito,
Lili sempre quis que os beijos removessem as memórias.
Desconfio que Drummond só queria beijar o J. Pinto Fernandes.

Eu só quero ficar fora dessa história, a saudade do beijo dela me transformou num cara chato.

Pow!

As batidas de automóvel,
as interrupções dos rumos acertos.
São beijos inesperados da incerteza que nos rodeia,
As articulações são as piores partes para se bater
por que são nervos expostos
Nús
Minha cabeça está despida de qualquer metáfora que enfeite os meus dias.

O cotidiano é de dor, absurdos e desesperança.

Parece que voltei ao meu habitat.
O caos sempre me executou bem a função de lar...

Algumas cicatrizes,
uma a mais
outras a menos,

é bom pra eu aprender, 

tenho um sério vício em me arriscar sabendo que vou cair...
Esse mar de asfalto ainda me leva numa correnteza.

Pois bem, eu ainda aguento pisar no chão, meus ossos estão todos no lugar. Meu coração ainda lateja. As coisas vão voltar a fazer sentido.

Cambaleante e exausto, retorno ao lado de dentro, ainda há muito a remendar.

Não há espaço pra suspirar.

-- Carlos Régulo.

Ânsia de Vômito

Ela sempre me falou de trovoa
 e me disse que eu trovava melhor,
 me falava de tal ator de cinema,
era o único que a interessava com exceção de mim,
 eu me desarranjei.

Acreditei tanto,
era como um aconchego no dia de chuva

Mas escolhe tão mal...

Agora a decepção me inunda.

Minha mania de pontos finais


Eu sempre quero pontuar as coisas, não aceito reticências em fins, não aceito meios que ponham virgulas nas minhas fases, não quero deixar nada sem ritmo,
minha vida tem rédeas que eu quero puxar,
mas ela é feito trem desgovernado não pode ser puxada pra direita,
 eu descarrilhei mais ainda,
acrescentei lenha na máquina, a ânsia de andar alimentou a velocidade.

A máquina não quer andar em trilhos
ou os vagões não querem seguir a máquina,
 ha um descarrilhamento em cada vagão,
uma forma de rebeldia em cada perder.

Ah um caminho separado pra cada ganhar, a questão são os rumos.
 As pequenas coisas que nos indicam direções,
coisas tão gigantes que passam desapercebidas,
as insignificâncias que rodeiam o querer,
os dias que vão embora num piscar de olhos.

As quartas, agora são como os domingos.
Os dias só passeiam,
vou correr atrás deles.
Se tem uma coisa que eu odeio é esperar,
o que eu tinha na cabeça quando prometi esperar?

O verão já chegou.

Até o próximo.

Sem Titulo #03

Já me conheço
devo estabelecer
contato mínimo

Meu mínimo
não cabe em todo lugar.

Sou uma pedra vírus,
vazando saudades de um futuro sem vidraças.
Sou um coração ferido,
que não suporta mais ser passarela de samba.
Sou uma bagunça,
Um acumulo de fracassos, amontoado de confusão.

Eu devo ser um momento...
onde a vida existe
e a história não.

Verbárie

Quando perder
torna-se cotidiano

O verbos enlouquecem...

Fazer torna-se Precisar
Cuidar torna-se Respirar
Abraçar torna-se um minuto pra Tomar água

Perder-se
torna-se
Procurar-se

Se SER não for necessário
Ele assiste
os outros verbos
verbarem por aí.

O Ser
se faz e compreende só
no fazer
entre um ser
e outro,
Que no fim
são todos
um tudo,

Só precisam
Conhe(Ser) - SE.

Aponte


A ponte

entre eu e você

o que há

de  errado entre (em)nós ?

Lá dentro onde

O entarde(ser)

Habita cada um de nós

Aponte!

Aponte!

Aponte!

A Ponte

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