Eu só queria sair das paredes do universo dessa casa

Eu só queria sair das paredes do universo dessa casa
que tanto foi habitada e revirada,
pessoas que deixaram promessas
por quadros vazios
onde estavam
minhas metas
Haviam avisos
hoje só tem na parede rabiscado

sai da reta,
Seu passado já amassou
e cê medindo aí com régua
Quero estabelecer novas regras
Pra tentar viver aqui dentro
As coisas não param de ir e vir
debaixo da cama tem outro lamento
Mas aqui já foi um barraco da hora
que que tá acontecendo?
Vou arrumar o canto do sono,
onde eu não escute
o canto da preta,
esse silêncio
que me acusa todo dia
vai sangrar nas letras
...

Gravidade Ansiolítica


Talvez eu seja bom ator.
você me vê personagem
Projeta motivos pra sentir raiva
Vem na minha direção,
mas quando chega, cala.
Seu peito palpita como o meu, nossos olhos se procuram e se escondem.
Na ânsia de se esquecer, os estranhos não se ouvem
Se pintam tanto com sorrisos, euforia é maquiagem!
Busque a verdade na fé, evite sempre o Desastre
Empurra com força a alegria, olha como eu tenho like!
Afinal eu não sou nada a não ser o que eu mostre
Fala muito de união os tal Black Regina George
Mas aí, quem sou eu pra falar o que é ou o que pode ?
Na real eu to doente, como a maioria que é só
Que o peso do mundo de cada um não esmague todos nós
Sustentar o peso céu é todo dia
e não é de hoje
Esbanjar que sou o melhor
de qualquer coisa
nunca me coube
Mas ironicamente
Eu sou a kryptonita do superou-me
É sede de força?
Ou é vontade de vitória?
O mundo da voltas
Acho que é só medo da derrota
Não vejo meta, só desespero
O falso amor próprio de quem se busca

no espelho
Mas modelo é único e só é bom quando é sozinho
É o Corre das notas
pra adoçar a amargura de cotas
no vinho.
Minha mente anda lotada feito rodoviária
Tem gente de outro estado,
tem gente de vidas passadas
O pulmão quase sufoca o coração que ninguém lê
Toda essa gente sangra à margem do Tietê
Quem não aplaude o espetáculo
Pra alguns é só obstáculo
Se é só o topo que interessa, compra um balão
Deixa a caneta pra quem quer escrever...
Culpar seu irmão não te livra de você.

O poema que eu ia declamar pra você


Tenho coisas que ainda queria contar
Sobre o tempo do segundos e sobre o peso do ar
Você brisa na luz, até me ofusco pra te ver
Faz da minha mente furacão, coração chega a bater
Nós ouvimos as batidas dos dois peitos que propaga,
o signo do sentimento, das ideias de quebrada
Eu nem queria falar sobre o peso das palavras
A poesia que eu senti
Em cada ideia trocada
Foi tudo rápido e intenso
Sabíamos desde o começo
A colisão das nossas almas,
Nos virou além do avesso
Eu quis te escrever uma canção que trovoa
Mas a ânsia de crescer não me deixou sair na garoa
To reaprendendo a respirar, sentir o chão que piso,
segurar os meus impulsos,  buscar os meus sorrisos.
Sinto a cidade como a veia que pulsa,
tanta gente, tantas vozes, num  organismo de repulsa

Me mostrou por poesia
Os louvores ao viver,
as vezes me incomodava a distância dos porquês
A beleza da certeza esta na intenção
Mas confesso confundi
Ascensão com obrigação
Atenção com guarnição
Lógica com coração
Gostaria de te cuidar
Sem ocupar seu espaço
Nem é ideia de acadêmico
É a energia dos abraços
Queria assistir seus passos e nunca quis te atrapalhar
Os quereres são tantos que o Caetano ia me processar
No fim não acabei seu poema a tempo
Olha só nossas idades
não foi coisa de momento
As Áfricas resistem
Nosso povo é de outras eras
Você mesma já me disse sobre nosso amor nas celas
Eu não jogo com cabeças, não é do meu feitio
Se somos todos moradas
Meu cômodo não tá vazio
Tá cheio de coisas suas
e eu nem to falando das roupas
Cada memória
Cada historia
Cada fita que foi poucas

Que nossos caminhos voem
Que a gente se encontre nos dias que sobram
Que o mundo não seja o bastante
Que nossas mãos não sangrem
Que as feridas cicatrizem

As vezes oro por poesia
Minha prece é pra que me enxergue
Em algum lugar dessas linhas

Vertigem dislexa

Vertigem dislexa

Se repete, dezessete,
 o ponto do portal, 
até me insisto
que não foi tido, o querer próprio natural.
 ai respondo, 
 não tava pronto, 
 mas natureza é mundo cru. 
 onde o assim 
 como o assado 
 sobrevive e veste nú. 
Com Fé 
Sou
E rego o ego 
desabrocha
a bruta flor do querer, 
Eu respiro... 
O cheiro, o frio, e anota: Contar o tempo é como guardar na mão um punhado de vento
Parei pra conferir
 minhas metas de relacionamento,
elas envolvem poesia, gargalhar e nosso reino
Meu coração é leigo
analfabeto mas combate, 
apanha, revida...
 tipo ultimate fighter
Face a face com o perigo
Atenção aos seus ouvidos
A estrada é longa
Cuidado em quem confia, 
Por trás de toda sombra
 a claridade cega a retina,
Uma luz selvagem
me invadiu de beleza
quase me fez esquecer 
Hoje eu passei o dia gostando de viver
Nesse ano cheio de rosto
A mesquinhez vem do negar
Vem do sentir-se mais urgente que o outro 
"A Curiosidade matou o gato, mas pariu a ciência..." 
A corrida rotineira 

E surpresa, apareci, 
Também foi estranho
quando me vi
Sem ti, conte, continua 
...
A voz da resposta nunca era a sua.
A prece do Eu
A ser feita
Tentei por toda forma,
Remendei minha tristeza
Juntei cada retalho
 com a sede de um incendiário 
aqueci meu coração
No mundo
 o que presta
  vem de  Notas 
e Tesão
De Resto, pra que atenção?
A solidão
Quando é estado permanente
Devia mudar de nome
A distancia que gera a fome 
de toque 
 de descobrir outra essência
mais uma vida que melhora com minha ausência

O peso das minhas dores 
Nunca importa, então eu sigo
Atravesso os meus Agostos
Do jeito torto que consigo
A Solidão não é mais estado
me mudei pra outro lugar
Toda questão é questionável, assim como todo fato.
Vou desprender do erro
Ao acordar bem cedo
O sol vai iluminar o interior
A esperança já não me espera
Correr é a ordem que impera
Eu não sou capaz de ser par
meus olhos já cansaram de chorar
Como estou? 
Eu também me pergunto
Tantos pedaços espalhados que nem sei mais se junto
Exposto em versos, onde brinco de poesia
onde nada disso importa
estilhaços
laços
Vou sair pela porta mais próxima.


Ciclos

Dói tanto outra vez me odiar de novo...

Me odiar por por não fazer, não fazer por me odiar...
E quando lembro que não faço me odeio de novo...
Quero fazer e to subindo uma ladeira que desce...
Pelo menos dessa vez, enxergo que tenho que levantar.
Antes eu só queria não ter mais que acordar
A tristeza virou piada, como aquela coisa que é fácil de pular por cima...
Mais uma vez tenho o impulso de escrever outro texto que circula,
Sobre outra vez que é inevitável que as coisas se concluam.

Eu odeio ciclos.
Não tem nenhum lado bom.
Exceto o de fora...

Procuro a parte de mim que não circula, quero seguir, eu to tentando...
A ladeira não para, tentar não é suficiente,
eu vou abrir o portão, acho que não,
vou estragar tudo lá fora...
Mas já tá tudo uma bosta, vou ficar aqui depois eu saio...


Entro pra achar força, navego mas sem remos
eu já sustentei pilares mais pesados, mas havia caído menos...

Encontrar é inevitável
É por isso que eu odeio ciclos
Todo final de ciclo
alguém diz que no próximo talvez...

O que eu to fazendo?
Enquanto as palavras continuam vomitadas,
as dúvidas sobre o que fazer me embaralham, e tem que fazer!

Lembro do que não fiz com uma frequência anormal, o não fazer é uma constante
As constantes vem sempre em certo ponto de um ciclo
quando a única forma de sair do circulo
que eu vejo é o precipício,

Nessa hora eu lembro:

Dói tanto outra vez me odiar de novo...

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