Sobre meu Nascimento.

Eu nasci na Avenida Paulista!
que merda não?

Eu nasci de um carburador, 6 horas da tarde, transito infernal;
Eu sou a fumaça parida no meio do concreto
Na sujeira das avenidas

Por ter cor de fuligem, eu era poluição.

(Coo-escrito por Papini e Daniel Neves)

ENLOUCRESCER

Dançar em escadas,
Dizer o que sente,
Expor-se em palavras
Brincar com a morte
Viver POESIA!
Expandir-SE!
Escutar o corpo
(ele GRITA)

Realidade é mentira
Teatro é verdade
Os mesmos azares,
Somar reclamação
Teorizar coração
Eu Mesmo de canto?
Essa noite não!

A madrugada foi sóbria,
Calculei, cada motivo
Somei as histórias
Dividi as perguntas
Multipliquei bolsos vazios
Subtrai minhas preces

Eu vejo dor
Vomito amor
e o ódio? só cresce.
ERRAMOS
Parem as máquinas!
 As crianças tem que saber,
Publiquem nos livros do MEC:

CRESCER ENLOUQUECE.

Dia 20 do Quatro.

Parem de confundir
Mega traficantes
com meros funcionários
Feliz dia 20 do 4

Produzo rima,
verso e métrica!
Poder para o povo preto!
ESSA É A META!


Hoje sigo suspirando,
Se liga na ideia!
Aqui viveu
uma linda Bromélia!

As coisas boas do universo e do além

Eu acho que as cabeças pensantes da sociedade pós moderna
deveriam ser intrinsecamente ligadas pela antropofagia das ideias alheias
E do potencial quântico da realidade, da beleza,  do Ideal e de nós dois.

















Eu gosto de pizza,
vamos sair de novo?

Pratos.

São todos atores?
Quem está atuando ?
Estamos vivendo?

O palco é a plateia?
Ou a vida é texto?


É engraçado como a vida
se confunde com a arte
É engraçado como a arte
É  vida também.
A Arte é Viva.

VIVA!

Vá a banquetes
como estes
onde servem
 felicidade,
temperada com tudo que eu sinto!!

Guisado de liberdade
com um
gostinho
de fantástico.

Ah, a arte
mesmo sólida
não desmancha no ar,
Mesmo temperada
com o que eu sinto!!
arte me dá uma fome...

Fome de infinito.

REFLEXO



Não sei se vou me acostumar com você.
Não sei se vou me acostumar com você.

Perdão, se eu não perdi tempo com você
O Mundo, é grande de se perder de ver.
Perdão, se eu não gastei tempo com você
O Mundo, é grande de esquecer de sofrer.

Não sei se vou me acostumar com você.
Não sei se vou me acostumar com você.

Não vou me preocupar com algo tão vão...
Tão raso, simples, assim como um botão
O Mundo, é grande perto da solidão
O Mundo, é grande perto da solidão

O Mundo, é grande perto da solidão

Morte

O Fim.
É tão difícil aceitar o fim?
há quem acredite
que o fim anula o começo
Ou que o fim seja um inicio novo

O final, só condiz a si próprio.
O sentido é um mal desnecessário.
Só escrevo pra tentar desistir
de um começo, que já havia acabado.

Do Desemprego e da Amputação do Poder.

Tenho vontade de bater a cabeça na parede até tudo apagar.
Nessas horas eu entendo o cangaço.
Eu entendo quem tem problema de mobilidade.
Eu queria um passeio, um lanche, uma cerveja.
O máximo que consigo sem vender a alma
É tarde vazia, programação de domingo
E os arranhões da minha própria aspereza.

SEN(ter)TIDO

Uma razão que eu entenda
Um dialeto que eu fale
Uma vez ou outra se renda
Um "fica pra mais tarde"

Um coração que me sorri
Uma boca que me deixe faminto
Um cangote onde eu me perdi
Uma orelha que seja pinico

Um cheiro de inebriar.
Uma fome que só sacia com carne.
Um par de olhos pr'eu morar
Uma poesia, pra que eu não me cale.

Pamonha

Pamonha, pamonha...
É como eu me chamo.
Tudo bem, eu sei que sou bobo
Sei bem o quanto.
Quando a esmola é demais

É sinal que o santo
 tá te deixando.

Olha bem,
cuida do teu doce
O mundo muda,
A chuva estia,
E o chão tá cheio
de formiga.

PRIMAVERA

Nos expulsaram do nosso jardim Querem trancafiar as nossas mudas Mas as flores, germinam nas ruas! Ah! que ingenuidade, nos tratar como capim. Uma flor nasceu na quebrada. Ramos já crescem Entre muros, em baixo das sacadas. O adubo veio em forma de revolta Seu Newton já avisou, Bate mas espera, tem volta! Brisant disse: - Haverá! no asfalto ou no lixão, na merda ou nos corações Primavera Virá! Primavera Virá! Primavera Virá!

Repetindo As Mesmas Coisas Que Eu Sempre Odiei

 Onde é que tudo deu errado?

 Hey!!  Você, nesse espelho! Me responde!

 Como eu vim parar aqui?

Eu.
Dei uma volta
pelo mundo.
Vim parar em mim,
novamente.

Desculpa,
eu sei que te convidei
mas  tem tanto problema aqui...
Não sobra espaço pra dois.
To até pensando em ir embora.

Pareço rude,
mas acontece que...
Eu preciso
tratar de uns assuntos comigo.

Um dia,
se você quiser,
eu te convido de novo.

Desculpa.

Não levo a vida a sério.




Não levo a vida nos bolsos...
com medo do meu futuro
arrependido do meu passado
não gosto de deixar o presente
todo amassado

Não levo a vida no colo...
preocupado com meu futuro,
com medo do meu passado,
se o presente é meu, eu até tomo cuidado.

Levo a vida do meu lado
E de mãos dadas com ela,
Eu caminho pro meu futuro
e vou embora
                                                                                                 do meu passado.

Aquela mó legal.



Hoje eu acordei e vi minha cachorra,
Toda enrolada dentro do meu cobertor.
Eu me lembro de um sonho, que não me recordo agora
A vida era filme e eu brincava de ator.

Até que eu te vi vestida toda de preto,
A noite tinha cheiro de conversa e texto.
Eu nunca acreditei que algo seria perfeito
Só que tudo estava exato em seu lugar.

E foi Legal! 

No fim da noite eu achei que iria dar tempo
De falar das coisas boas, do universo e do além
Até que veio um ônibus e um ultimo beijo
E o receio de falar, até hoje me faz refém

Que agora sinto medo de fechar olhos
bem na minha cama,
esquecer do mundo e da sua dor.


Medo de abrir os olhos e encontrar 

minha cachorra toda enrolada 
dentro do meu cobertor...

E lembrar de um sonho bom que eu tive,
que agora não recordo agora,
mas você estava lá...


E não importa o rumo que eu tome,
agora tudo que eu quero,

é voltar pra'quele lugar...

Que é mó legal!!
É mó legal!!

Da pressa

À Pressa.
A Pressa
Apressa.
Consome.
O Tempo.
De Maturar.
De Curar.
De Decidir.
Se vai correr.
Se vai ficar.
Se vai cair.
No 9° round.
Cospe no balde.
Olha pra frente
Você Não Aprende?
Não dá tempo
De Crescer
Qualquer Coisa
Natural
No Anoitecer.
Quem sabe?
Espera.
Não faz alvoroço.
O Poeta Mário,
Me falou
Que eu sou moço
E que sonhar,
Não paga imposto.

Relatos do Cotidiano Paulistano, parte 2

Ônibus Intermunicipal, 14 de Setembro

Sinto tanta vontade de descobri-la, descobrir as milhares de nuances por trás daquele olhar analítico. Quero tanto navegar no turbilhão de sentimentos que existe dentro de cada vez que ela fica sem graça. Os olhares de canto, todo o seu vocabulário particular, o seu jeito mágico de me fazer rir, a coisa incompreensível que me arranca um sorriso, até quando estou triste e faz citar o nome dela, incansáveis vezes ao dia.

Me pego olhando pra rua, é o hábito daqui... nós trabalhamos até a exaustão e passamos quase metade do tempo que sobra dentro desse lugar, olhando pro lado de fora. É sempre assim por aqui cheio de gente e em movimento. Tenho a impressão de que nunca deixo de me movimentar, ouço as pessoas repetirem o que conversam rotineiramente.

- Você é muito mole!!
- Tem que correr atrás do prejuízo!
- Faz seu corre!!

Quando será que a gente para pra respirar?
Alguém respira nessa metrópole?
Será que ela vai parar pra respirar comigo?
Não sei, mas toda vez que me lembro dela...
Eu fujo da corrida e moro só alguns segundos, num suspiro.
Parece até que eu to respirando ar puro... Estou falando dela. De novo. Puts.

O Wellington do RH disse que eu estou apaixonado, durante a vida toda eu aprendi, isso só vai me fazer mal, por isso eu repito sempre: - Não vai meter os pés pelas mãos, Carlos!! - as vezes eu até falo alto, sozinho, as pessoas ignoram...
Ignoram a maioria das coisas que acontecem nesse kitnet coletivo, ignoram gente vendendo bala, ignoram quem tá incomodando com som alto, ignoram que amanhã talvez não dê pra pagar o aluguel da casa com rodas, é engraçado. Todo dia é um corre-corre mas parece que ninguém saí do lugar.

 As vezes, eu acho que ela é como a ciência: fascinante, esclarecedora e mais complexa que a beleza. Eu suspeito que ela seja como a Arte...

Descobrirei.

...

Ah! Merda! Passei do meu ponto.


Carlos Régulo
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Parte 1: http://goo.gl/zwNIe0

Vice-Versa

Escrevo
pra tentar afogar
o medo do marasmo
em verso
e vice.

Você
me transborda
de texto
eu,
 vice
e verso.

Estação

O ano passa,
janeiro se repete,
eu me apaixono
pela mesma ilusão
no fim de cada verão
eu digo
 que não vou
me apaixonar.

Ai acontece de novo.
Eu acho a primavera que
fará o inverno esquentar.

Me sobram outonos,
de domingos parados
vendo as folhas caírem,
fazendo promessas:

"nunca mais se apaixone,
por outra solução"
Até que chega
a próxima estação.

Sobre a relatividade, a moral, a verdade e outras coisas

Não é que
Tudo seja Nada...
Nenhum é Tudo.
É que...
Tudo é muita coisa.

Enrolemos

O que eu mais queria
era encaracolar meus
caracóis nos teus caracóis.

Mas entre nós há
Duas catracas,
Quatro bairros,
Três e cinquenta,
Um medo danado
de se apaixonar.

E as coisas
as costumeiras coisas que fazem suspirar
quem acha bonita a vida
de não viver.

Um dia,
espero,
nos
enrolaremos.

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