A Queda do Habitante de Vênus

Eu jogo tudo que construo pro alto
Algo sempre cai direto na minha cabeça
Martela superficialmente 
bem fundo
deixa bem claro
Imundo
só pra me machucar os olhos
Eu rujo
Por que meu calcanhar já não tem pele
E a cada esquina pede
Que eu dê outra mancada
O papo É reto feito escada
Rolante
Diferente do mundo
Que não gira sem meu pinote
Estou Vivo
Muita gente diz que é SORTE

Trânsito

Não é que eu ande meio mutante ou desligado
Eu queria alguém que me queira, tá ligado?
O olhar anda distante porque quer bater na sua porta
As minhas mãos não sabem o que fazer, meu peito tá de folga
Mas quando você chega ele jura que é dia de expediente
Você diz que meu corpo é quente
Deve ser o gás que seu beijo me dá.

Em frente
Agora não volto atrás

A gente já é parceiro de crime e você é pilota de fuga
Cruzou a 300 por hora na minha vida escura
Cretina,
me roubou a dilatação da retina
Te vejo comprimir os lábios numa dança só sua
Enquanto me diz: - Cê é todo seu.

Eu me vejo TREMENDO
feito um Deus

me desperta o dom da criação,
você me sabe,
da segunda à centésima intenção
É um misto de adoração, louvor e desejo
Todo organismo que são mecanismos num beijo

Somos destros em caminhos canhotos
Nas linhas tortas que escrevemos certo,
Somos sujeitos ao mesmo verbo

Sentir

Batemos no cruzamento
Seu sinal tava vermelho
Eu estava feito buzão,
lotado, sem espaço, entrei na contra-mão.
 
nem pra poema tinha lugar...
Coisas aqui da minha cidade, onde até o trevo dá azar.

A primeira pessoa que me disse eu te amo, hoje, desconectou todas as suas relações comigo
A segunda está feliz com a pessoa que desejava quando estávamos juntos
A terceira está formando família como eu sonhei a tempos
A quarta está perdida entre seu querer e a decepção de não ter conserto.
A quinta já estava de passagem, quer continuar assim e eu concordo.
.
A sexta deveria ser Eu...
Eu deveria ser o primeiro
.
Me deixo ser zero...
.
De todas as desimportancias da minha vida,
Durante as desimportâncias da cidade
o espelho, nunca foi prioridade
Antes da maior idade
Era mais fácil não se olhar
Achei por tempos que eramos pouco
Muito do que eu sinto agora faz sentido
Sufoco
A Solidão que endurece a vida
a histeria Coletiva,
‎ faz confundir o ódio com a ira
Desorganiza
Preciso focar
É que a além de correr eu quero navegar
De volta pra mim
Meu Bom Lugar

Carlos Régulo

Sozinho, eu sou agora o meu inimigo íntimo

Nem entendo nada
Ta tudo bagunçado
Eu vejo vários sujo
Falando dos mal lavado
Nem é por nada não
Eu nem to entendendo
Reclama de te imitar
Hip Hop não é pra dar exemplo?
Tá doendo?
Reclama com a cidade
Te convenceram que seu irmão
Tá doente na maldade
Lembra?
Além do espelho
não se vê mais em lugar nenhum,
Ninguém fala que é só mais um rapaz comum

A alto estima não se cria
vivendo no automático
Já disse o Emicida
Fazer rima é a parte mais fácil...
E se ele não tivesse escutado H. Aço?
Quantas vidas foram salvas por aquele "Nunca foi fácil"?
Auto ódio
disfarçado de amor próprio
é a nova regra do negocio
Olha bem, geral agora DISS que é foda,

Ces quer ter gang, quer ter banca
nois desce tudo pra mesma arena
Gladiadores se matando
Desde Roma é o mesmo sistema

Bico sujo não é só dos papagaio
Ainda estamos nas gaiolas
Do pardal ao canário

Eu sou feliz com seu sucesso,
nois se vê lá na frente
Firmeza?
Original favela é dividir o pouco que se tem na mesa

-- Papini

Pra ela que me flertou num dia sóbrio de loucura

No olhar de Leoa
me olhou de cantinho
me mostrou sua playlist
e riu na cara do perigo
Enquanto isso aqui dentro
só me grita a história
do: "Bate Nele, Xinga ele, Manda ele embora"

Se liga só,
a preta é rainha da savana e caça enquanto fuma um torro
E eu quase aplaudi ela cantando "Estilo cachorro"
Eu até me inspirei nos seus meios e fins

"E nem Shakespeare imaginaria o fim"

A cortina se abriu e esse é só o primeiro ato
Vou andar na estica, só pra ver se te contraio
Vai achando que eu sou presa
Sou sorriso predador

Um dia, na miúda
a incoerência vai virar vapor
a musica só vai crescer igual filme de terror
e quando perceber,
a cena já cortou

Romance de 16 Linhas

Amores Travesseiro,
Amores Fast Food
Amor... beijo
Amor não me ilude!
Amor fiz plano
Amor falho
Amor,
No fim
Não resolveu se amar
A gente perdeu letra por letra
Seu peito não é meu Amo
Somo casa sem dono
Ninguém de todos os nós fez promessa de fim de ano
Laço, só serve até o sapato cansar
Enrosco é só pra quem já aprendeu a desenrolar...

Quem sabe no ano que vem...

Sem Boi Comigo mesmo

Um dia eu paro de cuspir veneno
minha mente deve estar jorrando pus

Penso merda pra carai, sozinho o Brown também e até jesus
Sóbrio em sexta quente, vai veno,
talvez seja a hora de me colocar nos trilhos
De arregaçar minha cara até eu virar meu amigo


A anestesia acabou
Resolvi escrever pra estancar
A ferida suja ainda pulsa
junto a repulsa que dá expor a fraqueza
mas deve ser isso

ir pro quarto

observar a cama e os bolsos vazios
enquanto escuto a dor sair, sem olhar pra trás
se empanturrar de nós na garganta

Mas sozinho. Comigo.
Até o despertador chutar minha cara
e me lembrar de bater o cartão
Se não é expulsão, to no vermelho
enfrentar outra multidão de espelhos

Vou cruzar todos os caminhos até achar os meios.

To cansado de sustentar minha pequenez
Sou gigantesco só preciso de 900 Reais por mês.

Cartão Amarelo

"Você é a treta do meu jogo de várzea
Faz tanta falta na minha área
E eu não te expulso

Espera só o segundo tempo..."⁠⁠⁠⁠
Não te musifico
se não eu fico
sem musa pra
musicar



Essa é sobre eu gostar de ouvir você falar

Eu vim pra por verdades nas suas mentiras



Me Perdi da
mente...
apaixonado
eu conhecia o significado...
Eu que já suspirei tanto...
Tentei esquecer que o peito bate
procurei meu lápis
pra te versar
Memorizei
Perdi a cabeça...

Te achei.

Aquela de um amor que É mas não vai ser


Eu te amo além do ódio
Mais que as fases do ócio
Eu te amo além de nós,
além de laço
Foi nóis até o bagaço
Até porque degustação não é nosso costume
Além da superfície que já é deslumbre
Rezo
nossos olhares são sexo
Sem ser vulgar
Utopia é meta com os dedos entrelaçados
Felicidade é estar...
Perdido em detalhes tento encontrar as bases

O que é fundamental ?
Onde a essência se esconde ?
Entre o depois e o antes
Nem agora é
nosso presente parece distante...
E o fim é quase nada
O começo é precipício
No Futuro: o Saudosismo
Na Saudade: o que não foi
Registro as ideias durante a queda
Mas Lúcifer também caiu do céu
Aquele memo, luminoso...
despencou
Devia ser perito em quedas livres
Dizem que os voos são seres caindo
De um jeito não convencional
Cair pros lados ou a frente
Caí pra cima, o percurso foi consequente...
Espera, mas se mexe
Seres vivos se movem, na vida não tem reset
mais coisas que nós morrem se a gente permanece
PARADO!
Felicidade é utopia pra você?
Era,
pra mim antes de vir
aqui
onde fico feito criança lendo gibi
O estado mais coletivo dessa Era é estar contigo
Quanto mais eu sigo, escrevo, rimo, digo...
Respiro
suspiros de força,
olha que lindo o black da moça
Sankofa
Sugiro,
Comigo: Suspire, revire
Mas respira fundo.
É tudo nosso mas nóis tem que assaltar do mundo.
Eu não sei se perdi o rumo dos versos
mas espero
é que a nossa poesia
tem a mesma direção
Essas coisas sem sentido, a beleza, a razão...
Eu sou uma péssima ideia,
já assistiu os episódios do meu passado?
Tragicomédia
Me deixa de lado... mas que seja do seu lado favorito...
Se embriaga dos meus carinhos
Você sabe da minha falta de requinte
Eu sou mais vagabundo que a bebida que a gente divide

-- Papini

Com Pacto

Redutos da falta de amor
cada indivíduo
continua um coletor,
coleciona a dor,
Buscando metades
nas multidões de um mundo injusto
Segura minha mão
que é pra não cortarmos os pulsos,

O frio me cerca e eu fujo
Não sei se é falta de blusa
Ou saudade de alguém que me usa
E ninguém admite...
Sobreviver é uma desculpa
Pra esquecer da falta de atrito

Leveza como ?
Entende o peso?
É minha culpa?

Acho que atrasei meus relógios
Porque o alívio não chega nunca...
Segue o baile, vamos se esconder no grave do surdo
Quer ideia mais
Cômoda
do que permanecer
Criado Mudo?

A cidade é o estágio mais sozinho do Luto
Me distribuo em luzes pra esquecer do barulho

Crescemos num canil,
Repleto de olhos
Babando de fome...
Há coleiras de ansiedade
Toda ligação parece um trote

a quantas luas cheias a gravidade te engole?

a cada gole
dos Fermentados
ou
Comprimidos
Misturo ritos...

Me Sintetizo

Mas o caminho
pros sorrisos
Continua tão... prolixo.

Poema Que Eu Devia Enterrar Comigo


Me sinto nocivo
Ao ponto de estragar dias
Ao ponto de intoxicar vias
Respiratórias, sanguíneas...
Meus problemas
Arame Farpado que espeta
Todo
Que toco.

Quero saber se contribui
UMA vez
Pelo menos uma.
Sem Pesar,
Sem Pena,
Sem Dó.
A Violência
salta
A demência
Lá dentro
do meu crânio
Desce pra boca do estômago
Me quebra osso por osso.
Meu talento é torto,
Decorativo
Excêntrico
Vaidade de encher ego alheio.
Banzo,
Cadê as rédeas da mente?
Amor próprio
É...
Tão fácil
Teoricamente.
-- Papini

SÃO PAULO


Alguma coisa tece
E o tecido cobre
o que acontece?
Eu rezo, faço prece
O Nariz sobe, o santo desce
Freio o acelero, volta sete
Vezes sete
Reproduzem feito lebre
Dizem que o ser é coisa leve,
Não conversam só repete, repete
...
E que ninguém me moleste!

De cada um o que carece
É que a gente sempre esquece
Minha dor também te fere
E Não muda que é no leste
Que o sol vai padecê
Toda tristeza me lembra um clichê
Vou caçar o resto da minha liberdade
Com você
Nos preocupa tanto explicar,
que a gente esquece de dizer...
Trampo, Tempo, Trago
no peito o desespero, a consciência do estrago
Vem a neura todo dia,
assim que vejo o extrato
da conta Vazia
A tanto tempo, a gente nota o descaso
do estado
de espírito
Assim me vejo, como pregar o desapego
Se nem eu estou comigo?
E a paranoia cresce,
acumulando inimigos
Seguimos
Sem saber qual
Os caminhos são confusos
Os poemas são lamentos, as palavras vão com o vento
Quero extrapolar meus versos
Vivo desviando da dor
E o emprego??
Martelando feito prego
A pergunta me esfola
E na mente a fuga grita, como vou viver de esmola?
Quero correr da minha sina
Espero que a canção me sirva
De incentivo pra lembrar
do verso que foi promessa:
"Eu vou e prometo me cuidar"
-- Papini

Baseado Em Fatos Surreais


Hoje mais uma vez um cano mirava na minha cabeça
Mais um dia de corre que parece de esteira
dizem que é minha perna direita que tropeça na esquerda
Hoje mais uma vez um cano mirava na minha cabeça
Eu desejava a bala mas lembrei daquela preta...
naqueles segundos em câmera lenta
O medo se misturou com o ódio enquanto meu rosto batia no muro
Se tem gente cansada de ouvir, imagina quem tá fazendo o discurso...
Eu queria falar do por do sol, de canteiros, deixar minha tristeza de lado
Mas nem preciso andar torto, sua filha já acha que eu to armado
Empoderamento mertiolate, sopra enquanto a ferida arde
Precisamos falar sobre cura, remédio e arte
Hoje mais uma vez um cano mirava na minha cabeça
Deus me livre da esquerda e me salve da direita
Que eu saiba meu tataravô não apitou nada na revolução francesa
Espantar os males? é a farda e o martelo que cantam pro meu povo subir
Atenção irmãos, se vocês se olharem aqui vai ser pique revolução do Haiti
Eu não pago de Gueto
como um monte de branco,
que esquece que por aqui como disse Caetano

"São quase todos pretos"
Não entende o que eu to dizendo
Acha que eu não tenho senso
Mas a minha identidade é bem mais que um documento.
E eu to me procurando desde antes de Dezembro
Outros dedos nas feridas, outros eixos, mesmos meios..
As rimas mortas , as revoltas, outras rotas...
Nem sou James Bond,
E todo dia é um novo pra morrer
E ó que eu nem ligo mais minha TV
Muito menos no canal 5
Acho fantástico, eu ainda odeio os domingos
Quero ver os malandrage
Se Unindo
Dos boy eu tenho é nojo
Nos enquadro por aqui, os moleque até esquece do jogo
Moro num pedaço de rua, num pedaço de tijolo
Vaidades são concretas
A realidade é que pede socorro.
Na real ninguém se importa
Outros se importam tanto quanto
Carro velho, só pega no tranco
Há mais verdade aqui do que estão habituados.
O Circo tá armado
e cês ainda não entenderam as tatoo de palhaço
A vida não é moeda
Tem muito mais do que dois lados
A terra não é plana,
seu olhar que é quadrado.
Se liga nas ideia
Desliga das inveja
Sua luta é só lucrar?
Cê vai falir que nem o seta
Dos cano sai da reta
Só não esquece sua meta
Nóis até esquiva da mira
Mas tem pivete dando tiro de testa
Progresso é isso memo
Dinheiro é a meta
Mas é embaçado ser sua regra
Bosta dourada de vários quilate
Não morde nem se grita: - Pega!!
Eu acredito
um dia, vou me aliviar de ver os meus cabelos brancos,
Ver preta de black no rabo de arraia,
derrubando
as sinhá do tamanco
Com meus filho no parque, sem medo de cop,
embrazando no passo romano
É o incêndio do império
O grito de guerra, escute: é em ketu e banto
Nois até sonha alto
E a gravidade treme
É hereditário
Asa não é coisa só de anjo
Meus irmãos são Jordans e Daiane dos santos.
-- Papini

Curta a nossa página